Consequência de uma longa trajetória – ao longo da qual foi sendo reunido um conjunto amplo de estudos sobre algumas obras, temas e personagens que contavam histórias outras não de todo coincidentes com as narrativas consolidadas, por um lado; e, de outro, a familiarização com métodos historiográficos distintos, a historiografia francesa desde os Annales, a micro-história italiana, a história do livro e da leitura – o estudo procura relacionar “objetos” e abordagens cujo o escopo é montar um conjunto de ensaios historiográficos, em um panorama alternativo da arquitetura do século XX no Brasil. A relevância da proposta de uma história da arquitetura não canônica/ hegemônica fundamenta-se na consideração de que arquitetos “hegemônicos e marginais” pertencem a “comunidades de sentidos” em contato ou fricção, compartilhando ou disputando um conjunto de pressuposições. Não se trata, portanto, de propor uma história hiperfragmentada, em migalhas, espalhada em uma miríade de relatos sem possibilidade de construção de sentido, mas uma história outra em diálogo com a história canônica, como possibilidade de um relato mais complexo.
Antologia Básica: Giro Decolonial em Debate, tomo 2
A antologia visa a aprofundar o debate do giro decolonial, a partir de suas potências e também suas fragilidades, com...